Para comemorar o aniversário de 462 anos de São Paulo, a maior metrópole da América Latina, nada melhor que um passeio em um dos parques mais belos da cidade. E se for uma caminhada monitorada com muita informação sobre o parque? Achou bacana não é?!!
A ONG Parque Ibirapuera Conservação realizou, no dia 25 de janeiro, uma caminhada turística pelo Parque Ibirapuera. O encontro aconteceu às 10h00, em frente ao Bosque da Leitura, perto do portão 7 e durou cerca de uma hora e meia.
O passeio começou com 10 integrantes, ao longo do caminho ganho mais adeptos que começaram a seguir o grupo e no final eram aproximadamente 30 pessoas. Aldo Nascimento Cruz, Consultor em RH, Voluntário da ONG Parque Ibirapuera Conservação é criador do projeto Visita Monitorada, que está na 3ª edição. Segundo ele, o objetivo é realizar muitos outros encontros para apresentar o Parque Ibirapuera.
“A primeira caminhada aconteceu em 23 de maio de 2015. Eu conheci a Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Parque Ibirapuera Conservação quando comecei a participar dos mutirões de limpeza promovidos por ela. Eu gosto muito de conversar com as pessoas, às vezes vejo um turista meio em dúvida sobre alguma coisa, então logo me ofereço para ajudar. Venho muito no Parque para fazer caminhadas e pensei em criar um roteiro turístico para fazer com os visitantes.” Explica Aldo.
“O projeto do tour surgiu porque sentimos a falta de uma central de informação, falta uma referência. Quando a pessoa chega no Parque não sabe para onde vai e quais são os pontos de destaque. Inclusive, assim que tivermos um patrocinador poderemos imprimir o mapa e entregar para o visitante, claro que sem poluir o Parque.” Lembra Thobias Furtado, Membro do Conselho Gestor do Parque e Presidente da Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Parque Ibirapuera Conservação.
Confira a galeria de fotos do passeio logo no final da matéria
E foi nesse ritmo intimista que seguiu o passeio, recheado de detalhes históricos sobre o Parque Ibirapuera. Para começar o passeio, uma breve história sobre o nascimento do Parque e da região. Aqui algumas informações que foram transmitidas durante a caminhada, entre sorrisos e olhares curiosos:
– Em 1918, o político Washington Luís começou a dividiu o parque em lotes.
– Em 1929 foi feito o primeiro projeto do local que servia como pastagem para o gado que iria para o abatedouro, na Vila Mariana, onde hoje é a Cinemateca.
– Francisco Matarazzo, em 1951, criou uma comissão para definir o projeto.
– 1953 foi oficialmente criado o Parque do Ibirapuera.
– O Viveiro Manequinho Lopes surgiu em 1928, 26 anos antes do Parque Ibirapuera. O local leva o nome de seu fundador, o Etimologista Manoel Lopes. Hoje o espaço serve mudas para São Paulo. Um dos destaques é o majestoso e icônico ceboleiro.
– Pertinho do Bosque da Leitura e do Viveiro Manequinho Lopes ainda está o maquinário da Cerraria que foi desativada em 93. A área hoje, por ser mais reservada, asfaltada e fresquinha, serve como local para grupos praticarem yoga, ginástica e treinarem boxes.
– Ao lado está uma bela e grande árvore, a figueira original da Índia. O diferencial dessa espécie é que o tronco principal está envolta de 12 troncos ligados ao tronco central. Deve ter cerca de 80 anos.
E assim, o passeio continuou pelo Túnel de Bambú com 150 metros. Área fresquinha, com uma visão linda que sai em frente as áreas de redes e piquenique, e também, está ligado a Pista de Ciclismo para crianças, local pouco conhecido e utilizado pelos visitantes, mas que vale muito a pena conhecer com mais tempo.
Saindo do Túnel de Bambú encontramos a área do parquinho para crianças de 4 a 12 anos com brinquedos de madeira e parte cercada e sombreada com mesinhas para até 4 anos. Já próximo ao portão 6, na Av. Quarto Centenário, tem uma Estação da Cetesb – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – para medir níveis de partículas, velocidade do vento e temperatura.
Ao lado da estação da Cetesb encontramos a Estátua do Porquinho, adorada pela criançada. Estátua de Ricardo Cipicchia, artista que chegou em SP em 1885, se instalou na região do Brás. Essa obra representa a memória infantil e a brincadeira da época, na qual se ensebava o porco e corria atrás dele. E olha que dica: Na Praça do Porquinho, todos os sábados, da 8 as 10, acontecem aulas gratuitas de yôga. Topa?
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Mais a frente, para quem gosta de futebol, vôlei ou basquete o Parque do Ibirapuera tem 2 quadras para cada modalidade. As quadras ficam em frente a Figueira do Sudeste da Ásia, nome científico Ficus benghalensis. A Figueira significa a árvore da infinitude, porque é justamente embaixo de um exemplar dessa espécie que Buda sentava para meditar.
E para quem curte uma caminhada ou uma corrida mais tranquila, atrás das quadras fica a Pista Cooper com pedrisco, sombreada pelas copas das árvores. No percurso, estão um restaurante e uma lanchonete com banheiros. Ainda no meio da pista de cooper, o visitante do parque encontra uma área com equipamentos de ginástica para quem quiser malhar. É só entrar e começar… com seus devidos cuidados, claro.
Você sabia que o Ibirapuera ganhou um banco do Central Park, doado pelo prefeito de Nova York? Em 2011 São Paulo sediou o C40, evento internacional para discutir projetos ligados ao meio ambiente, e o prefeito de NY, Michael Bloomberg, que era presidente do da organização que promoveu o encontro, deu de presente como forma de agradecimento à cidade de São Paulo. Atualmente, está colocado em frente à administração, perto da “Ladeira da Preguiça”. O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que era o mandatário nesta época, retribuiu o presente dando um banco, feito de pequi, árvore da Bahia.
Pertinho do local onde se encontra o banco do Central Park, quem visita o Parque Ibirapuera encontra a Escola de Jardinagem e Paisagismo aberto à população. Ao lado passa o Córrego do Sapateiro, localizado próximo a Estação de Tratamento de Flotação da Sabesp. O objetivo, da Estação criada em 1999, é a retirada do lodo, da sujeira mais pesada que vem do lago.
Não podíamos deixar de falar do prédio da Bienal que foi aberto em 1957. Logo na sequencia do passeio encontramos o Auditório Ibirapuera que conta com sala de apresentações, escola de música. Os dois prédios com arquitetura “dele”: Oscar Niemeyer.
Entre várias histórias e descobertas pelo parque, chegamos à Praça da Paz e encerraríamos o passeio. Mas não antes de uma breve explicação sobre o nome desta praça: A praça da Paz leva esse nome desde a década de 60. O local foi batizado com este nome em referência a comemorações, que aconteceram ali na época, em homenagem à paz mundial. Para representar a integração entre os povos do planeta, a prefeitura mandou plantar no local espécies dos cinco continentes.
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Parque Ibirapuera Conservação
Um movimento que nasceu com Thobias Furtado, Membro do Conselho Gestor do Parque, hoje, além de Conselheiro também é Presidente da Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Parque Ibirapuera Conservação.
A ideia veio à tona em 2010, com conceito da sociedade civil se unindo para preservar o Parque. Esse modelo já existe há 40 anos, mas no Brasil é novo e raro. “Se conseguirmos fazer um modelo bem feito aqui no Ibirapuera, poderia ser um exemplo para que todos os vizinhos de parques montassem o projeto. Ressalta Thobias.
Mas foi no final de 2013 que a ideia foi concretizada. Um grupo de amigos doou um pouco e registraram, formalizaram o projeto. “Nossa primeira vitória foi um super contrato de parceria com a Prefeitura para a restauração do Bosque da leitura, a gente praticamente demoliu ele para construir de novo. Claro que seguindo todas as regras de patrimônio, regulamentação, tudo aprovado.” Explica Thobias.
O Conselho Gestor do Parque Ibirapuera está buscando a renovação do plano diretor do parque para facilitar as restaurações. “Nosso objetivo é sempre fazer ações e melhorias no Parque Ibirapuera de mãos dadas tanto com a Prefeitura, como com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente.” Ressalta Tobias.
“Eu comecei como representante suplente dos usuários, e passei a pesquisar mais o que as pessoas queriam para o Parque. Então, criamos um portal para passar um pouco das informações sobre o Parque e receber um pouco mais de feedback das pessoas. Assim começou um relacionamento de engajamento de querer participar, querer ajudar, que foi tomando forma, até que chegou o momento de profissionalizar. Não adianta ficar no Conselho do Parque apenas apontando o dedo para a Prefeitura. A ideia era criar uma associação de máxima governança possível, registra-la como OSIP, Organização Social de Interesse Público, e começar devagarzinho fazer melhorias no Parque.” Explica Thobias.
O projeto de melhorias começou com os mutirões de limpeza, passou para a pintura no Viveiro, criação do Jardim vertical, fazendo atividades para fazer com que o próprio usuário cuide do Parque e tendo a sensação de pertencimento.
Segundo Tobias, a ONG está tentando buscar o apoio da pessoa física, com doação recorrente e isenção fiscal. “Não adianta ficar reclamando que o Brasil não tem cultura de doação, nos Estados Unidos você tem incentivo para doar. Ou seja, é o doador ter a liberdade de escolher uma causa para ajudar. Temos que criar esse caminho para fomentar a cultura de doação. Paralelo podemos buscar empresas ou apoio, desde que sigam todas as leis de cidade limpa e seja tudo regulamentado.” Finaliza Thobias.
Mais informações: www.parqueibirapuera.org/ibiraconservacao
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