Jardins de Chuva: muito além de paisagismo

Matéria: Associação dos Moradores da Vila Nova Conceição.

Olhe por sua janela. Já percebeu que somos rodeados de concreto, cimento e asfalto e “a terra não respira” nas regiões metropolitanas de São Paulo? 

Construídos semelhante a um filtro, com várias camadas de brita, areia e terra intercaladas, Jardins de Chuva servem para aumentar a permeabilidade do solo e deixar que as águas de chuva voltem para o lençol freático (uma reserva subterrânea de água doce, proveniente das chuvas que se infiltram na terra). 

Assim, diminuindo o volume de água que entra pelas bocas de lobo ou que desce pelo asfalto, se acumulando em regiões mais baixas, impedem o extravasamento de córregos a quilômetros de distância ou alagamentos no próprio bairro.

 Os Jardins de Chuva não tem a concepção de paisagismo clássico ao qual estamos acostumados e nem todo mundo acha bonito. 

Precisamos entender que eles resgatam funções naturais e reequilibram o Meio Ambiente da cidade. 

Veja as dúvidas mais comuns: 

1. Por que os jardins ficam cheios d’água? 

Porque o jardim é mais fundo que a guia da calçada, para a água entrar dentro desta caixa e penetrar o solo lentamente. 

2. Por que o paisagismo é tão diferente do que vemos em praças e canteiros? 

As plantas escolhidas aguentam o volume de água que esse jardim de chuva absorve e devem ficar distantes umas das outras, para ter espaço de absorção. 

3. Os buracos que vemos nos jardins não podem ser “tocas” de animais? 

Não, os buracos são drenos que ajudam o escoamento da água através das várias camadas do “filtro” do Jardim de Chuva. 

4. Para onde são direcionadas as águas de chuva absorvidas nos jardins? 

A água da chuva é absorvida pelo solo, cai no lençol freático e alimenta duas Bacias Hidrográficas da região, caindo no Córrego do Sapateiro, seguindo pelo Rio Pinheiros e percorrendo mais de 3 mil km até o Atlântico.

5. De quem é a responsabilidade da manutenção dos jardins de chuva?

A responsabilidade é da Prefeitura, mas o ideal seria a manutenção dos Jardins de Chuva compartilhada com os moradores. Na Vila Nova optou-se fazê-los nas calçadas, ao invés de “vagas verdes”, para não tirar as vagas dos carros. 

“Apesar de outras subprefeituras, como a da Sé, já terem instalado muitos Jardins de Chuva, essa iniciativa em prol do Meio Ambiente e para ajudar a cidade na diminuição das enchentes é pouco conhecida. Esperamos que, ao replicar este projeto dos Jardins de Chuva num bairro tão conhecido e inovador como a Vila Nova, dê visibilidade a esse projeto e sirva de exemplo para outras áreas da cidade”, disse Débora Grecco de Oliveira Perazza, da Supervisão de Planejamento Urbano da Subprefeitura da Vila Mariana. 

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