Coordenação de Políticas para Mulheres criou protocolo para ajudar os trabalhadores de locais de entretenimento.
Quem trabalha com eventos, em bares, baladas, restaurantes e outros espaços de lazer certamente já se deparou com situações de assédio sexual.
Para orientar esses profissionais sobre como lidar com a vítima e com o agressor, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), por meio da Coordenação de Política para Mulheres, iniciou a capacitação prevista pela Lei “Não se Cale” (Nº 17.951/2023).
Cerca de 50 produtores de eventos e seguranças que prestam serviço para a São Paulo Turismo (SPTuris), empresa oficial de eventos e turismo da Cidade de São Paulo, fizeram parte das primeiras turmas do curso, que foi ministrado no Auditório Bruno Covas, na sede da SPTuris.
“São Paulo é a cidade que mais faz eventos no País. Um setor que emprega milhares de pessoas que atendem milhões de participantes. A qualidade desses eventos passa pelo correto atendimento do público, o que contribui para a geração de empregos e renda em diversos outros setores. Somente a SPTuris atua em 2,4 mil eventos por ano, de todos os tipos. É importante que todos saibam agir nessas situações de abuso e constrangimento. Acreditamos na importância do projeto e estamos empenhados em contribuir para o aprimoramento das políticas de proteção às mulheres”, afirmou Gustavo Pires, presidente da SPTuris.
A Coordenadora de Políticas para Mulheres da SMDHC, Ana Cristina de Souza, falou sobre a necessidade de identificar situações de agressão sexual, de colocar em prática os procedimentos estabelecidos pela empresa para casos do tipo, como acolher e preservar a vítima, para que ela se sinta à vontade para denunciar o agressor.
“A mulher tem o direito de não ser assediada e todos têm o dever de ajudar. Esta sensibilização é importante para que todos saibam como agir, o que fazer e o que não fazer, principalmente, não julgar a vítima”, disse Soninha Francine, Secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, que fez a abertura da primeira turma.
Protocolo
A SMDHC desenvolveu um protocolo que foi entregue aos presentes com informações sobre violência sexual, as formas de abuso mais frequentes, condutas diante de um caso de abuso, canais para denúncia e informações sobre a rede de proteção da Prefeitura de São Paulo para a mulher vítima de violência.
Locais como bares, baladas e outros espaços de lazer são ambientes associados a encontros, descontração e relacionamentos. No entanto, esse clima de descontração, por vezes aliado ao consumo de bebidas alcoólicas, pode tornar os espaços inseguros para algumas pessoas, principalmente mulheres, transexuais e travestis.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílios Contínua (Pnad Contínua) sobre a sensação de segurança dos brasileiros registrou, no quarto trimestre de 2021, que 1 em cada 5 mulheres no país tem medo de sofrer violência sexual em lugares públicos ou privados.
Esses números reforçam a necessidade de combater a violência sexual e promover um ambiente seguro e respeitoso, em que todos possam desfrutar desses espaços igualmente.
“Ainda existe a crença social de que as mulheres que frequentam esses ambientes estão com seus corpos disponíveis para abusos. Esse pensamento é inaceitável e intensifica a cultura do estupro, em que o homem se sente no direito de cometer um crime sexual como algo justificável, apenas pelo simples fato de mulheres estarem nesses ambientes”, explica Ana Cristina, que também é coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, equipamento que funciona 24 horas por dia e reúne serviços integrais e humanizados, com escuta qualificada feita por equipe multidisciplinar.
Para a coordenadora da DKS Eventos, empresa que presta serviços para a SPTuris, esse tipo de capacitação é importante para quem atua em ambientes públicos.
“Todos precisam se conscientizar quanto aos seus direitos e à não violência. Sou líder de equipe e vou levar as informações para os colaboradores, que também precisam se sentir confortáveis e saberem que podem dividir com a equipe casos de assédio”, disse Camila Pontremoli.
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