O endividamento da empresa Marisa saltou de R$ 69,5 milhões, em dezembro do ano passado, para R$ 310,5 milhões em março último.
A Marisa Lojas apresentou um prejuízo líquido ajustado de R$ 148,3 milhões no primeiro trimestre de 2024, praticamente estável (-0,4%) ante o prejuízo de R$ 149 milhões registrado no mesmo período de 2023. O resultado foi pressionado principalmente pela queda nas receitas de vendas de mercadorias, devido ao menor nível de estoques e à redução do parque de lojas, explicou a empresa em release de resultados.
O Ebitda consolidado ficou negativo em R$ 74,8 milhões, ante número igualmente negativo de R$ 82,5 milhões na mesma base de comparação, como reflexo também da redução da receita bruta do varejo, causada pelo nível de estoque reduzido.
A receita líquida consolidada caiu 48,4% no período de janeiro a março na comparação anual e totalizou R$ 252,7 milhões.
A empresa registrou uma redução de vendas nas mesmas lojas físicas de 25,8% entre os trimestres, o que, segundo a Marisa, foi causado pelo desempenho de janeiro, tradicionalmente um mês mais fraco. O faturamento das vendas digitais recuou 44,3%, devido à sazonalidade do período. A participação deste canal no faturamento total se manteve em 7%.
ENDIVIDAMENTO
Já a dívida líquida saltou de R$ 69,5 milhões em dezembro do ano passado para R$ 310,5 milhões em março último, fato explicado em parte pelo aumento da dívida bruta, em decorrência de três emissões de notas comerciais que somaram R$ 240 milhões.
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 42,7 milhões no trimestre frente ao resultado também negativo de R$ 72,7 milhões um ano antes. Após ajuste no critério IFRS 16, o montante foi negativo R$ 27,6 milhões, ante R$ 49,7 milhões no primeiro trimestre de 2023, em razão da redução da taxa Selic e o delta de variação monetária de processos tributários, segundo a companhia.
EXPLICAÇÕES
A diretora financeira e de relações com investidores da Marisa Lojas, Roberta Leal, disse que o aumento do endividamento da companhia no primeiro trimestre de 2024 se deu devido à emissão de notas comerciais usadas para pagar fornecedores estratégicos. Ela enxerga que a expansão da dívida é pontual.
Segundo os números divulgados, a dívida líquida saltou de R$ 69,5 milhões em dezembro do ano passado para R$ 310,5 milhões em março último, fato explicado em parte pelo aumento da dívida bruta, em decorrência de três emissões de notas comerciais que somaram R$ 240 milhões.
Roberta afirmou ainda que o trimestre foi marcado pela falta de estoques, o que prejudica a venda da varejista de moda. O CEO da companhia, Edson Garcia, que assumiu o cargo em março, disse que a Marisa agora está em processo de normalização de desses estoques. “No primeiro trimestre de 2024 tivemos 30% a menos de estoques”, afirmou.
Ele pontuou ainda que a diretoria está focada em rever todos os contratos para baixar custos de operação.
Fonte: Diário do Comércio
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