Por Lislei Carrilo.
Dia 01 de dezembro é o dia Mundial de Luta contra a AIDS. No Brasil a data da conscientização sobre a doença foi adotada em 1988. Mas, um ano antes é que uma decisão tomada pela Assembleia Mundial de Saúde com o apoio da ONU – Organização das Nações Unidas tomou visibilidade mundial sobre os perigos, mitos e verdades que a doença acarreta ao ser humano.
Muitos somente ao ler ou ouvir o nome – AIDS, já entram em pânico. Mas, antes de se desesperar precisamos compreender o significado desta doença. De acordo com o Ministério da Saúde o causador da AIDS é o vírus HIV, sigla grafada em inglês, que significa – Vírus da Imunodeficiência Humana. Este ataca o sistema imunológico do corpo humano e, é o responsável por defender o organismo de doenças.
O Ministério da Saúde ainda afirma que “ter HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Existem pessoas soropositivas que vivem anos sem apresentar sintomas e desenvolver a doença”. De acordo com Sérgio Luis Alves de Morais Júnior*, enfermeiro e professor universitário de enfermagem e saúde coletiva, “a AIDS é o estágio mais intenso da infecção pelo HIV, onde o indivíduo apresenta associado à presença do HIV em suas células, outra doença, que chamamos de oportunista”.
Pesquisas efetuadas pelo Ministério também apontam que “uma pessoa pode ser portadora do vírus sem necessariamente estar com AIDS”. Mas, o perigo é que homens e mulheres contaminadas com o HIV “podem transmitir o vírus através de relações sexuais sem a proteção de preservativos; por compartilhar seringas contaminadas ou até ser passado de mãe para filho, durante o parto e na amamentação”.
Segundo estimativas do Departamento de DST – Doenças Sexualmente Transmitidas do Ministério da Saúde realizadas recentemente apontam que aproximadamente 730 mil pessoas vivem com o vírus Brasil, são quase 400 mil estão em tratamento com os medicamentos antirretrovirais (que impedem a multiplicação do vírus no organismo. Eles não matam o HIV, mas ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico).
Dados preocupantes de pesquisa efetuada pelo Mistério afirmam que jovens entre 15 e 24 anos estão entre os mais infectados. A região Sudeste é a que teve o maior número de novos casos – 38,6%. A pesquisa ainda mostra uma queda de 35,7% na taxa de menores de cinco anos infectados. Outro dado alarmante apontado pelo Ministério é o crescimento da doença entre as classes sociais mais abastadas, as chamadas A e B. O resumo geral da estimativa é que 0,4% da população brasileira tem o vírus HIV.
SERVIÇO
Até sexta-feira (05) testes gratuitos serão feitos em todo o Estado de São Paulo – Informações sobre as unidades que participam Disque DST/Aids (0800-16-25-50) e no site www.crt.saude.sp.gov.br.
O site Vila Nova Conceição SP buscou algumas respostas para as dúvidas mais frequentes, bem como os mitos e verdades em relação à doença.
O que é AIDS?
É a sigla que representa a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, ou seja, por ser uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma doença), faz parte do quadro desenvolvido por pacientes que são portadores do vírus HIV (Vírus da imunodeficiência Humana). O indivíduo apresenta um quadro de imunossupressão (baixa resistência) das células de defesa, mais especificamente os Linfócitos TCD4, que são infectados por estes vírus, que por sua vez, utilizam as células para se replicarem, e após, causam um aumento da carga viral, e seguem em busca de novas células que ainda não foram contaminadas.
Ter o vírus HIV é diferente de ter AIDS?
Sim. Isso porque muitas pessoas possuem o vírus, mas por meio do tratamento adequado, não manifestam a doença. Quando a pessoa é portadora do vírus, ou soropositiva – significa que ela está em seu organismo, mas não necessariamente vá desenvolver a doença. Porém, se não adequadamente tratado, o vírus pode se proliferar e atacar o sistema imunológico da pessoa.
Como se pega a AIDS?
É uma doença considerada uma DST (doença sexualmente transmissível), o HIV, vírus da AIDS, entra no corpo humano via corrente sanguínea, por secreções vaginais, espermatozoides e através do leite materno. O vírus HIV pode ser transmitido pelas relações sexuais com pessoas contaminadas sem uso de preservativo, transfusão de sangue contaminado, pelo uso de agulhas e objetos perfuro cortantes contaminados, da mãe infectada para o filho durante a gravidez, parto ou amamentação.
Como Prevenir?
Uso de preservativos em todas as relações, mesmo com parceiros fixos. Nunca compartilhar agulhas e seringas de outras pessoas, não e tão somente em casos de drogas injetáveis, mais sim outros materias que entram em contato com sangue, do tipo agulhas para tatuagem, alicates de unhas e outros.
MITOS E VERDADES
Existem grupos de risco para adquirir HIV/AIDS?
Grupo de risco era a palavra dada antigamente aos indivíduos que apresentavam maior suceptibilidade de contrair a doença (ex: homossexuais) que foram tarjados como os portadores de AIDS, pois o primeiro caso de AIDS notificado no mundo veio de um homossexual do sexo masculino. Hoje a doença é comum em todas as pessoas. Mas, o número de idosos com HIV tem crescido nos últimos anos, isso pode ser explicado, segundo o Ministério da Saúde, pelo uso de medicações para ereção em larga escala, bem o comportamento de risco pela recusa do uso do preservativo.
Existe algum termo utilizado para pessoas susceptíveis?
Sim, o termo é comportamento de risco, onde se classificam pessoas que têm relações sexuais desprotegidas, que compartilham de seringas e outros objetos perfuro cortantes, tem maior chance de se infectarem pelo vírus do HIV e de outras doenças.
Pode se pegar HIV beijando, abraçando, acariciando ou estando em um mesmo ambiente que uma pessoa portadora?
O vírus do HIV é muito sensível ao meio externo, por exemplo, no ambiente, estima-se que ele viva em torno de 1 hora, ainda mais em países quentes como o Brasil, portanto não se pega HIV em sangue presente no ambiente, exceto se uma pessoa tiver uma porta de entrada, como ferimento ou corte na pele, e esta região tiver contato direto com sangue contaminado no momento em que o mesmo estiver no ambiente (acidentes, por exemplo). Em relação aos atos de contatos próximos, não se pega HIV, uma vez que nestes atos não temos contato direto de mucosas com sangue, exceto em beijos mais afoitos onde pode haver fissuras na boca, lábios e língua, permitindo a passagem de sangue contaminado pelo ferimento.
Se tiver relação sexual sem proteção e suspeitar que o(a) parceiro(a) tem HIV, quando posso fazer o exame?
Após 30 dias do ato sexual, devido à janela imunológica (tempo que o vírus demora em contaminar células e as mesmas pruduzirem células de defesa específicas). O exame mais comum feito nos CTAS – Centros de testagem e acolhimento (vide endereços no final da matéria) e o teste rápido é o ELISA, que consistem na busca de anticorpos específicos contra HIV na corrente sanguínea. Caso este dê negativo, o resultado é ofertado imediatamente ao paciente, juntamente com orientações de prevenção e retorno. Caso dê positivo deve-se realizar outros exames comprobatórios posteriores como o Western Blot, mas não se assuste se o primeiro exame der positivo, pois muitos destes resultados podem ser falsos positivos, em que o indivíduo pode ter outra doença, como uma autoimune ou alguns tipos de câncer.
O HIV pode matar?
Toda doença pode matar, isso dependerá de vários fatores como: diagnóstico precoce ou tardio, gravidade, busca de tratamentos, dentre outros. Em meados de 1990, quando surgiram os casos com maior notificação, a sobrevida era muito pequena, porém, nos dias atuais, os indivíduos que aderirem ao tratamento com o uso do coquetel (este com a finalidade de reduzir a carga viral do doente. O coquetel não erradica a doença, uma vez que a infecção pelo HIV é crônica), estes indivíduos têm tempo de vida indeterminado, pois cada pessoa tem um tipo de resposta a diversas terapêuticas instituídas. Associado a isso, tem-se os hábitos de vida e outros contextos que influenciam o tempo de sobrevida.
Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) no Município de São Paulo mais próximos na Vila Nova Conceição:
CTA – HENFIL
Rua Libero Badaró, 144 – Centro CEP 01008-001
Telefone: 3241-2224
Segunda-feira a sexta-feira das 07h às 19h
COAS – PINHEIROS
Rua Ferreira de Araújo, 789 – Pinheiros CEP 05428 002
Telefone:3813-7462 // 3812-2268 R 227
Horário de Segunda a sexta das 8h às 12h
CTA SANTO AMARO
Rua Promotor Gabriel Nettuzzi Perez, 159 – Santo Amaro
CEP 04743 020
Telefone: 5686-9960 // 5686-1475
Horário: De segunda à sexta das 07h às 19h
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Fontes:
http://www.aids.gov.br
http://www.unaids.org.br
http://agenciaaids.com.br/home
http://www.prefeitura.sp.gov.br
http://www.saude.gov.br
Sérgio Luis Alves de Morais Júnior é Enfermeiro desde 2006, Mestre em reabilitação do Equilíbrio Corporal, Docente no Ensino Superior nos Cursos de Graduação e Pós Graduação na área da Saúde, com experiência assistencial em Saúde Pública.
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