novembro 16, 2024 12:24 PM

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Cresce número de sinistros envolvendo ônibus e caminhões no Brasil

5.381 pessoas morreram e 71.664 ficaram feridas nas rodovias federais brasileiras em 2021

O número de sinistros de trânsito envolvendo veículos pesados cresceu nas rodovias federais brasileiras em 2021, na comparação com o ano anterior. Segundo levantamento feito pela Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra) com base em dados fornecidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), as ocorrências envolvendo ônibus e micro-ônibus tiveram alta de 10% no ano passado, enquanto os sinistros envolvendo caminhões subiram 2,90%.

“Infelizmente, as tragédias envolvendo veículos de grande porte foram recorrentes em 2021. O aumento da circulação de veículos irregulares e clandestinos é um alerta para a necessidade de reforçar a fiscalização para garantir o cumprimento da Lei do Descanso, coibir o consumo de álcool e substâncias psicoativas e garantir que os veículos estejam regulamentados e dentro dos padrões de segurança”, comenta o diretor científico da Ammetra, Alysson Coimbra.

Levantamento anterior divulgado pela Ammetra revelou que o número de infrações por desrespeito à Lei do Descanso teve uma alta de 272% nos últimos anos.

Esse tipo de infração vem crescendo desde 2018. Naquele ano, foram computadas 5.775 infrações. Em 2020, o número saltou para 21.499. Até maio de 2021, a PRF já havia registrado 11.366 infrações.

“A falta de descanso e o consumo de drogas e estimulantes são uma combinação perigosa para todos no trânsito”, completa.

O levantamento mostrou ainda que 5.381 pessoas morreram e 71.664 ficaram feridas nas rodovias federais brasileiras em 2021. Na comparação com 2020, a ocorrência de sinistros graves cresceu 3,34%, enquanto o número total teve ligeira alta de 1,33% e o de mortes, elevação de 1,68%.

“Nos últimos anos a gravidade dos sinistros vem crescendo em decorrência da imprudência dos motoristas e do excesso de velocidade. Alterações na saúde mental e psicológica dos condutores também os deixaram mais agressivos, desatentos e negligentes. Esse cenário também leva à maior ocorrência de dependência química, e esse uso continuado altera a capacidade de dirigir de forma segura”, afirma.

De acordo com Coimbra, o excesso de velocidade, a desatenção e o desrespeito às normas de trânsito, além do consumo do álcool e de substância psicoativas, estão entre as principais causas de sinistros no Brasil. “Além das ações permanentes de educação, é preciso aumentar a fiscalização ostensiva nas rodovias e investir na modernização da estrutura de trabalho desses agentes, pois o crime organizado segue utilizando cada vez mais o sistema rodoviário em suas ações”, comenta.

Risco ampliado
O especialista em Medicina do Tráfego explica que, por seu peso e dimensões, sinistros envolvendo veículos pesados são até seis vezes mais letais que os que envolvem veículos de passeio, por exemplo. “Por isso o tratamento dado a motoristas profissionais que atuam nessa categoria é diferenciado pela legislação de trânsito. Neste caso, há normas para estabelecer os períodos diários de descanso e há a necessidade de realização de exames toxicológicos periódicos”, completa.

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