novembro 16, 2024 2:51 PM

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O filme é baseado no livro homônimo da escritora Elizabeth Gilbert e narra sua própria história. Liz (como é conhecida. No filme vivido pela atriz Julia Robert) é jornalista, após anos de casada resolve trocar sua vida entediada por algumas aventuras e o autodescobrimento. Poderia ser algo insano de se pensar, abandonar segurança e o casamento de tantos anos, mas este estava fadado ao fracasso.

O que se reflete nesta autobiografia são os medos e as inseguranças de uma mulher, então na casa dos trinta anos que, mesmo tendo tudo o que a sociedade deseja ou impõe ao sexo feminino: carreira bem sucedida, casa, filhos e marido, percebe a necessidade de algo mais para dar sentido a sua rotina.

Liz decide sair de sua zona de conforto e abdica de tudo o que lhe incomodava por uma viagem sozinha a três países: Itália, Índia e Indonésia. Particularmente filmes muito “mela romântico” não me atraem muito. Mas, este serviu para uma boa reflexão a cerca da vida contemporânea, já que diariamente ligamos o tal piloto automático e deixamos de perceber detalhes sutis ao nosso lado.

“Eu quero ir a algum lugar onde eu possa me maravilhar com algo”, caçando as palavras da protagonista, sua aventura começa na Itália. Conhece a cidade histórica de Roma e aprende o “dolce far niente” (doçura em não fazer nada – ou algo do gênero), a personagem se delicia, em alguns momentos literalmente, com belas paisagens. A fotografia ganha destaque, Piazza Navona (um gelato para ver os turistas), as freiras, em frente à igreja Sant’Agnese in Agone e, o Mausoleo di Augusto (para suas reflexões).

É neste momento em que surge a primeira grande reflexão, Liz observa que seria “melhor viver o seu próprio destino de forma imperfeita do que viver a imitação da vida de outra pessoa com perfeição. Então agora comecei a viver a minha própria vida. Por mais imperfeita e atabalhoada que ela possa parecer, ela combina comigo, de alto a abaixo”. As delícias e sabores italianos fazem Liz aprender sobre um nosso “degustar” da vida.

Após este processo, ela parte para a Índia. País perfeito para exercitar suas crenças. Liz passa meses em um Ashram (onde sábios vivem em paz e tranquilidade no meio da natureza), este local tem por destino reunir pessoas que buscam alguma evolução espiritual. Lá aprende yoga, meditação e a importância do silêncio – ele pode te levar ao autoconhecimento. Além da natureza perfeita, o filme mostra um pouco, mas de uma maneira delicada, o país e a sua religião.

No terceiro e último refúgio/aprendizado, Liz viaja até Bali, Indonésia. É lá que descobre o amor, no filme protagonizado por Javier Bardem (na vida real – o brasileiro José Nunes). O paraíso escolhido para as filmagens já é uma inspiração para quem deseja algo mais da vida. Vivendo em um chalé no meio da natureza, Liz percorre o local de bicicleta e se torna amiga de um curandeiro local. Este lhe dirige vários aprendizados: “todo mundo fica perdido no começo de uma história de amor: quer felicidade demais, prazer demais, até adoecer”. É nesse momento que o equilíbrio se encaixa na vida da protagonista, e tudo parece fazer sentido.

Comer, Rezar, Amar te joga dentro de você, te mostra uma pérola existente nos pequenos olhares, gestos, cheiros, delicadezas e gostos. Sem ser clichê ou piegas, te leva a refletir sobre o que nos passa despercebidos diariamente. O filme vale, no mínimo, para uma boa observação interna. Três prazeres que na realidade são um só. “Degustar” você mesmo todos os dias, “rezar” sob suas crenças, independente quais sejam, mas moldadas por você, aplicadas do seu jeito e forma e, “amar” independente quem ou o quê, sem preconceitos e medos.

Domingo, final de tarde, prestes a bater aquele banzo pré-segunda-feira? Assista. Pois, acordar sem “paixão, nem entusiasmo, nem fé, nem emoção, não é viver, que pessoa você quer ser daqui pra frente?”. Comer, Rezar, Amar, precisamos de mais? Quem ainda não usufruiu disso, deveria tentar e se arriscar.

Leia também:
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Filmes & Séries – Cama de Gato (2002)
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lislei carriloLislei Carrilo – Jornalista por formação, cinema é um vício, escritora por paixão, ansiosa por natureza, desastrada de nascença. Vive em uma eterna busca…do quê? Quando encontrar, te conta.

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