Verdade ou fundo de verdade, rapaziada? Acredito que toda regra tem exceção, mas voto na segunda opção. A dúvida é: qual a profundidade deste fundo de verdade? Homens têm medo de mulheres decididas, poderosas e independentes?
Matamos o sexo frágil ou transferimos o título aos homens. Será? Em pleno 2016, podemos afirmar que nós, mulheres, conquistamos nosso espaço. Construímos carreiras brilhantes, somos independentes financeiramente, bem-sucedidas e tomamos a iniciativa nas relações.
Outro dia, falei a um conhecido que “eu ponho o pau que não tenho na mesa”. Não sei o rapaz porque não vi a cara dele, mas acho que não é qualquer homem que resiste à afirmação. Já ouvi o psiquiatra Flávio Gikovate dizer que a maioria dos homens só se sente confortável ao lado de uma mulher que considera mais fraca. Vou exemplificar: homens gostam de mulheres com poodle rosa, ou seja, a “Barbie delicadinha” com cara de princesa, olhos meigos, tipinho frágil e submissa… a Amélia dos novos tempos (com umas atribuições diferentes).
Ouço várias histórias de mulheres lindíssimas e poderosas que não conseguem arrumar um namorado. São pessoas sensatas, que não se deixam levar por conversinhas e muito menos passam por bobas. Marcantes. Sempre possuem bons argumentos e não abaixam o topete para nada e nem ninguém. Entram nos relacionamentos, mas com os pés no chão. E o que há de errado? Com as poderosas, nada. O problema são os homens. Mulheres fortes, de personalidade, decididas, que sabem o que querem e independentes intimidam mesmo os homens. Na escolha, eles vão atrás daquelas que seguram um poodle rosa.
Relacionamento (qualquer tipo e nível) não é uma competição para eleger o melhor ou mais poderoso. É cumplicidade. Neste ponto, falo por mim. Fui acostumada a tocar a vida sozinha. Não dependo de ninguém. Eu me encanto por homens inteligentes, honestos, bem humorados, que me respeitam e valorizam as qualidades.
Conheci um rapaz que tem algumas características mencionadas. Quis a sua amizade, mas não para relacionamento amoroso. Achei que seria um bom amigo. Nas duas vezes que o vi de perto, sua reação foi péssima. Ele ficou incomodado e inseguro com a minha presença. Permanecemos “amigos” à distância, nos falávamos com frequência, mas este tipo de amizade não se sustenta por muito tempo. Eu não dou valor à amizade em rede social e nem quero evoluir nesse quesito. Insisti para nos conhecermos, sem grilos ou preconceito, mas não rolou.
Acho que se perde muito tempo com bobagem na vida. Quando encontramos alguém legal pelo caminho temos que preservar, independentemente se a pessoa levanta a espada do He Man ou carrega um poodle rosa diariamente. Se encontrar um ou outro, meu conselho é: não tenha medo de se aproximar e arriscar.
Dedico o texto à minha grande amiga, Lislei Carrilo, que nunca tocou em um poodle rosa na vida.
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Patrícia Pasquini, jornalista, radialista, blogueira, palmeirense, aquariana, apimentada, filha, irmã, tia, prima. Escreve quinzenalmente, às quintas, para o Portal Vila Nova Conceição SP.
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