Scott é um cachorro da raça Shitzu que desempenha a nobre missão de ajudar o próximo. Ele faz parte de um grupo de outros 44 cães, 18 adestradores e 60 voluntários que atuam no Instituto Cão Terapeuta (ICT).
Fundada há cinco anos (completos neste mês de junho), mas com o trabalho desenvolvido há oito, a ONG nasceu com o objetivo de levar qualidade de vida às pessoas em situação de vulnerabilidade através do contato com os cães.
Atualmente, o Instituto Cão Terapeuta trabalha em quatro hospitais, um ambulatório, uma casa de repouso e uma instituição que abriga pessoas com paralisia cerebral.
As visitas podem ser semanais, quinzenais ou mensais, de acordo com a demanda de cada instituição.
“Estudos sugerem que a intervenção assistida por animais pode reduzir os níveis de ansiedade e estresse; aumenta os níveis de ocitocina no sangue causando sensação de bem-estar nos assistidos, afasta o indivíduo do isolamento favorecendo o contato social; reduz a sensação de dor; melhora a comunicação de pacientes hospitalizados com a equipe de enfermagem e favorece a mobilidade física e a fala, entre outros”, diz a psicóloga e coordenadora do instituto, Annelisa Faccin.
Um dos hospitais atendidos é o São Luiz Infantil, localizado no Jabaquara, Zona Sul de São Paulo. O “rei” da festa com a criançada é o Scott, que tem cinco anos e há quase três é voluntário no Instituto Cão Terapeuta.
A treinadora dele precisou se desligar por motivos profissionais, mas a família do Scott e a coordenação do instituto autorizaram que ele continuasse o trabalho, agora, com a fonoaudióloga Sônia Regina da Silva.
Além de morarem perto, ambos têm algo em comum: a solidariedade.
Completam o grupo a cadela Domitila, sua tutora, Clície Pastorello, e o treinador Fábio B. Antônio.
Uma vez por mês, durante 45 minutos, a brinquedoteca do hospital é palco de uma verdadeira “farra” entre as crianças, o Scott e a Domitila.
“É mágico e de emocionar. As crianças que têm permissão médica saem dos quartos e vão para a brinquedoteca. Jogar bolinha e um boneco é a brincadeira preferida do Scott, que também participa de caça ao petisco. As crianças escondem os biscoitos do Scott e ele precisa encontrá-los. Além disso, há brincadeiras com cordas e bambolês, e a treinadora ensina às crianças alguns comandos que podem ser aplicados ao Scott. O desconforto causado pelo estado de saúde das crianças desaparece com a presença do animal. Esse benefício é estendido aos pais e/ou acompanhantes presentes no local”, conta a voluntária Sônia.
É importante esclarecer que a interação com o cachorro só acontece se a pessoa que está internada desejar.
Aí, a equipe presente verifica as possibilidades de troca (dar carinho, jogar bolinha, pedir comandos, conversar, etc).
Seleção de voluntários – Cão Terapeuta
O processo seletivo ocorre uma vez ao ano e dura cerca de seis meses.
A abertura da seleção para novos voluntários é informada através das redes sociais do instituto.
Primeiro, os candidatos assistem à palestra de apresentação do ICT.
Ao longo do processo, eles acompanham as visitas, passam por entrevistas e depois são feitas as avaliações dos cães.
Requisitos Cão Terapeuta
O voluntário humano precisa, além de certa disponibilidade de tempo, gostar de trabalhar em equipe, ser resiliente e boa tolerância à frustração, discreto e empático.
- O cachorro deve ser manso e confiante;
- Gostar de dar e receber carinho; ser altamente sociável com todos os tipos de pessoas e outros cães;
- Ter aptidão ao trabalho;
- Ser adestrado por meio de reforço positivo (saber comandos de obediência);
- Estar vacinado, vermifugado e castrado;
- Ter de um ano a seis meses a seis anos de idade.
Contato
Site www.caoterapeuta.org.br,
Facebook/caoterapeuta
Instagram @caoterapeuta
Quem quiser contribuir com o trabalho do ICT pode fazer doações e/ou adquirir produtos na loja virtual.
Por Patrícia Pasquini
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