Desde o início da semana, venho pensando sobre o que escrever a vocês. Opto por assuntos atuais, polêmicos e/ou até que envolvem a minha vida. Quando comecei a reflexão já estava decidida a eliminar da lista de possibilidades Olimpíada, Joana Machado e seus clichês e achismos, vítimas de racismo…Chega de gente chata e mal amada!
Bastou descer das nuvens por alguns momentos para lembrar que hoje (11/8) é meu último dia em férias. Foram inesquecíveis. Não… não fui viajar e nem ganhei uma fortuna na loteria. Aliás, ganhei sim! Nos últimos 15 dias, fiz novas amizades. Conheci muita gente legal! Reencontrei amigos antigos, jantei e sassariquei com Deus e o mundo. Virei moradora de rua e minha casa um albergue para tomar banho, comer e dormir um pouco (os dois últimos, às vezes). Quem me conhece bem vai dizer: “É a sua cara!”
Assim, em homenagem aos bons momentos com os novos e antigos, poderia discursar sobre felicidade. Gente me faz feliz. Meu coração está sempre aberto a amigos. A única regra é aceitar como sou, porque não pretendo mudar. Então, se você não curte gente louca, acelerada, falante, pobre e acha que jamais poderia trocar ideia comigo em público porque sou gordinha e vou envergonhar a sua lista de beldades perante os demais, realmente nunca vamos combinar. Sem protocolos e nem preconceitos, há sempre um lugar especial para um novo amigo.
Sabe por que falo isso, povo? Gente feliz e de bem com a vida não enche o saco. Geralmente, responsabilizamos alguém ou alguma coisa pela nossa infelicidade, mas está errado. Outro dia, durante conversa com o psiquiatra Roberto Tykanori Kinoshita, coordenador da área de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde de são Paulo, soube que na cidade de São Paulo, anualmente, o consumo de ansiolíticos e antidepressivos aumenta desproporcionalmente em relação ao crescimento populacional.
Somente nos três primeiros meses de 2016, a Rede Municipal de Saúde dispensou 118 milhões destes comprimidos. É lógico que não tenho indícios (e não há como) para afirmar que todos que ingerem antidepressivos ou ansiolíticos o fazem porque estão infelizes, mas quantos males não são causados pela infelicidade?!
Para o médico, é necessário adotar a política do bem viver. A felicidade não é uma questão emocional (sentir-se eufórico, alegre, excitado…), mas significa estar de bem consigo e com o próximo. O psiquiatra me explicou que é como um jogo emocional: quem está bem, não ameaça e nem perturba. Quem está de bem com a vida não faz o outro infeliz.
O segredo é reorganizar o modo de viver. Perguntei “como?” Abdicar de querer se impor é um bom começo. É uma tentação pensarmos que temos acesso particular e privilegiado à verdade. Temos que abrir mão deste conceito. Somos fruto de uma sociedade que nos empurra com força para uma disputa de querer impor o que achamos correto ao outro. Nas boas relações isso não acontece.
Ninguém tem direito a privilégios. Cuide do seu coração. Fique bem e faça sua parte para que o ambiente seja bom. Pessoas felizes não enchem o saco. Mudanças não são fáceis, mas quem disse que há prazos para que elas aconteçam? Vamos tentar. Se errar, não desista. “É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo”. (O Pequeno Príncipe).
Felicidade e amizade fazem um bem danado, por isso dei um jeitinho de unir os dois assuntos aqui.
Um brinde aos novos e velhos amigos, que me fizeram felizes nos últimos dias!
Um brinde aos que virão, se estiverem livres de preconceitos, conceitos preconcebidos e protocolos. Sem impor verdades absolutas!
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Patrícia Pasquini, jornalista, radialista, blogueira, palmeirense, aquariana, apimentada, filha, irmã, tia, prima. Escreve quinzenalmente, às quintas, para o Portal Vila Nova Conceição SP.