Pesquisa Comportamento Infantil no YouTube

Se você tem curiosidade de saber o que seu filho acessa na internet e qual o comportamento infantil no YouTube, com certeza vai gostar dessa pesquisa. O ESPM Media Lab analisou 110 canais produzidos e consumidos por crianças brasileiras de 0 a 12 anos.

Para quem não conhece, ESPM Media Lab é um laboratório que investiga através de pesquisas básicas e aplicadas, as principais transformações na comunicação contemporânea e na cultura digital, com foco nos M.E.D.I.A. (Mídias, Entretenimento, Design, Informação e Artes).

A pesquisa “Mapeamento do Comportamento Infantil no YouTube: crianças de 0 a 12 anos, Brasil”,- http://pesquisasmedialab.esp.br – realizada por Luciana Corrêa, coordenadora da área Famílias e Tecnologia, do ESPM Media Lab, constatou que mais de 20 bilhões de visualizações no YouTube são em canais consumidos predominantemente por crianças.

A pesquisa sobre comportamento infantil no YouTube, analisou os 100 maiores canais de YouTube no Brasil e verificou que 36 são consumidos por crianças de 0 a 12 anos, levando em consideração número de visualizações, de inscrições e de uploads. Além dos 100 maiores foi realizado o mapeamento de outros 74 canais de conteúdo acessado por esta faixa etária. Ao final desta investigação foi possível chegar a um total de 110 canais, que atingem uma audiência de mais de R$ 20 bilhões de visualizações, até final de outubro de 2015.

Destes 110 canais, 22 são de conteúdo relacionado à programação da televisão aberta e por assinatura e, 88 de conteúdo exclusivo para YouTube. A audiência destes 88 soma mais de 17 bilhões de visualizações e, os 22, totalizam mais de 3 bilhões. Estes dados correspondem a uma coleta realizada entre fevereiro a outubro de 2015.

“Um dos destaques da pesquisa são os 30 canais relacionados ao tema Minecraft, totalizando mais de 10 bilhões de visualizações. A Galinha Pintadinha continua sendo a líder como único canal, somando mais de 2 bilhões de visualizações. Outro aspecto importante da Galinha Pintadinha é que ao analisarmos o consumo por faixa etária de 0 a 2 anos, ela aparece como a principal porta de entrada dos nativos digitais”, explica Luciana.

Os dois destaques do crescimento de 2012 até novembro de 2015 são o fenômeno unboxing ou vídeos de abrir caixas de brinquedos e vídeo brincadeiras, analisadas como narrativas que simulam um vídeo caseiro, que somadas atingiram uma audiência de mais de 1 bilhão de visualizações. Além dos sete canais da categoria, a prática também e realizada pelas YouTubers Mirins.

“Os dados apontam que o crescimento destes canais está em uma curva ascendente e muito acentuada”, ressalta Luciana. No recorte de audiência dos 15 maiores canais infantis, de 0 a 2 anos de idade, seis abordam essa narrativa. “É preciso entender como a criança enxerga esse conteúdo e, principalmente, educa-la para o consumo, porque o mercado sempre encontrará suas brechas de atuação”, pondera.

A pesquisa sobre comportamento infantil no YouTube também questionou os pais para entender por qual equipamento as crianças acessam o YouTube. No universo pesquisado, 37,8% disseram emprestar o próprio tablet ao filho, por sua vez, 28,6% das crianças possuem seu próprio tablet; 10,7% tem seu próprio celular e, 47,5% utilizam o celular da família.

“Há uma discussão nos últimos anos sobre a proibição da publicidade infantil, inclusive com uma resolução do Conanda a esta respeito. Na prática, os resultados desta pesquisa demonstram que 19,8% das crianças assistem este conteúdo apenas quando as interessa. Se há ou não uma mediação sendo realizada pelos responsáveis, temos que levar em conta que esta é uma decisão deles, uma vez que o YouTube é um plataforma para maiores de 18 anos”, pondera Luciana.

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